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segunda-feira, 13 de julho de 2009

A Santidade do Corpo

O recato é mais do que se abster de usar roupas reveladoras. Ele está não apenas na altura do decote e da barra da saia, mas na atitude de nosso coração. A palavra recato está ligada à palavra “moderação”. Implica “decência e decoro (…) em pensamento, linguagem, vestuário e comportamento” (em Daniel H. Ludlow, ed., Encyclopedia of Mormonism, 5 vols. [1992], vol. 2, p. 932).

A moderação e o decoro devem governar todos os nossos desejos físicos. O Pai Celestial nos ama e deu-nos belezas e prazeres físicos tanto “(…) para agradar aos olhos como para alegrar o coração” (D&C 59:18), mas com esta advertência: Essas coisas foram feitas “(…) para serem usadas com discernimento, não com excesso nem por extorsão” (D&C 59:20). Meu marido usou essa escritura para ensinar a lei da castidade a nossos filhos. Ele disse que a palavra extorsão significa literalmente ‘torcer ou distorcer’. A maneira como usamos o nosso corpo não deve distorcer os propósitos divinos para os quais ele nos foi dado. O prazer físico é bom, no devido tempo e lugar, mas, ainda assim, não devemos torná-lo nosso deus” (John S. Tanner, “The Body as a Blessing”, Ensign, julho de 1993, p. 10).

Os prazeres do corpo podem tornar-se uma obsessão para algumas pessoas; o mesmo pode acontecer com a atenção que damos à nossa aparência externa. Às vezes há um excesso egoísta de exercícios, dietas, maquiagem e dinheiro gasto nas roupas da última moda. (Ver Alma 1:27.)

Fico abismada com as alterações extremas que se fazem. A felicidade vem de aceitarmos o corpo que recebemos como dom divino e de fazer sobressair nossos atributos naturais, não de reformar nosso corpo à imagem do mundo. O Senhor quer que sejamos moldados (mas à Sua imagem, não à imagem do mundo), recebendo Sua imagem em nosso semblante. (Ver Alma 5:14, 19.)

Lembro-me muito bem da insegurança que sentia quando era adolescente e tinha muitas espinhas. Eu tentava cuidar devidamente da minha pele. Meus pais ajudaram-me a receber atendimento médico. Passei anos sem comer chocolate nem as comidas gordurosas das lanchonetes que os adolescentes costumam freqüentar, mas sem nenhum sinal de cura. Foi difícil para mim, na época, ser plenamente grata por aquele corpo que me causava tanto sofrimento. Mas minha boa mãe ensinou-me uma lei mais elevada. Ela me disse muitas e muitas vezes: “Você tem que fazer tudo o que puder para tornar sua aparência agradável, mas assim que sair por aquela porta, esqueça-se de você e concentre-se nos outros”.

É isso mesmo. Ela estava me ensinando o princípio cristão do altruísmo. A caridade, ou o puro amor de Cristo, “(…) não é invejosa e não se ensoberbece; não busca seus interesses (…)” (Morôni 7:45). Quando nos concentramos nos outros e somos altruístas, desenvolvemos uma beleza interior de espírito que brilha em nossa aparência externa. É assim que nos moldamos à imagem do Senhor, em vez de à imagem do mundo, e recebemos a imagem Dele em nosso semblante. O Presidente Hinckley falou sobre esse tipo de beleza que surge quando aprendemos a respeitar o corpo, a mente e o espírito. Ele disse:

“De todas as criações do Todo-Poderoso, nenhuma é mais bela, mais inspiradora que uma filha de Deus que vive virtuosamente, com uma compreensão do motivo pelo qual assim deve viver, que honra e respeita seu corpo como algo sagrado e divino, que cultiva sua mente e amplia constantemente seu entendimento, que nutre seu espírito com a verdade duradoura” (“Entender Nossa Natureza Divina”, A Liahona, fevereiro de 2002, p. 24; “Our Responsibility to Our Young Women,” Ensign, setembro de 1988, p. 11).

Oh! Como eu oro para que todos os homens e mulheres busquem a beleza do corpo, da mente e do espírito — beleza que foi louvada pelo profeta!


Susan W. Tanner
Presidente Geral das Moças


Conferencia
Outubro de 2005
A Santidade do Corpo

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